Contos de Paredes
Inserido no Circuito Aberto de Arte Pública de Paredes (CAAPP)
Setembro de 2012 a setembro de 2013
Paredes, Portugal
Organização e programação: Câmara Municipal de Paredes e Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR) da Universidade Católica Portuguesa.
Concepção: Amanda Midori
Local: Paredes, Portugal
Sinopse:
“Contos de Paredes” nasce a partir das visitas de estudos à cidade, em que tive como foco conhecê-la por meio de conversas realizadas com alguns habitantes. Durante estas conversas, que também foram feitas por outros colegas do mestrado, que como eu, procuraram um relacionamento próximo com a população, indagávamos sobre o viver em Paredes e suas histórias. As respostas que obtivemos orientaram-nos para a perceção da falta de pertencimento à história do lugar, sendo a única e mais mencionada figura histórica o conselheiro José Guilherme, que dá nome à praça principal da cidade, tendo atuado no século XIX como benfeitor para a região, trazendo a linha férrea para a, até então, Vila de Paredes. Paredes apenas se tornou cidade em 1991, talvez por isso carecendo de material histórico elaborado. Neste sentido, alguns dos projetos desenvolvidos por nós foram ao encontro do resgate, partilha e criação deste aspeto histórico que consideramos pouco presentes no viver dos habitantes.
Como estrangeira que chega pela primeira vez num lugar, questionei-me sobre a relação entre Paredes (cidade) e paredes (muro), procurando respostas por meio da pergunta “Por que Paredes se chama Paredes?”, sem ter conseguido qualquer resposta através das conversas. Ao buscar registros históricos, deparei-me com a “Monografia de Paredes”, de 1922, na qual reside o mais antigo traço para esta origem: já no século XVI, aquela região era conhecida como “o lugar de Paredes”. Ainda não era vila, nem cidade, mas era Paredes. O projeto nasce por meio desta interrogação, que foi estendida aos habitantes da cidade com o intuito de envolvê-los na criação de histórias sobre a origem de Paredes, buscando desencadear a reflexão sobre o nosso papel na origem/criação dos lugares. Para realizar-se, o projeto foi dividido em três momentos de atuação: “Instig(ação)”, “Cont(ação)”
e “Public(ação)”.
A “Instig(ação)” situou-se como um primeiro movimento para o início do diálogo pretendido, ao lançar perguntas de modo a instigar as pessoas sobre as possíveis origens de Paredes. Teve a parceria do jornal impresso Jornal Verdadeiro Olhar, no qual foram feitas publicações de “anúncios” que continham perguntas sobre o tema, e um convite para partilhar possíveis respostas, através de email, ou, a partir de uma conversa em local público da cidade, cuja data e horário era apresentada no anúncio. A realização da conversa no local público consistia no momento da “Cont(ação)”, no qual se pretendia recolher e produzir as histórias sobre as origens da cidade. Neste momento era montada uma pequena sala – com tapete, mesa de centro, cadeiras, candeeiro e algo de comer/beber –, num local público – praça, parque, feira –, em que as pessoas eram convidadas a se sentarem para conversamos sobre Paredes. A “Public(ação)”, era o momento a partir do qual as histórias coletadas e criadas ganhariam caráter público, ao serem partilhadas de maneiras diversas.
Projeto realizado por meio do Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público (MADEP) da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
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